“A porta de entrada para os alimentos é sua rotulagem”, afirma Beatriz Aoki, bolsista de iniciação científica do Desembalando

“A porta de entrada para os alimentos é sua rotulagem”, afirma Beatriz Aoki, bolsista de iniciação científica do Desembalando

Você já parou para reparar na importância dos rótulos e na quantidade de informação que simplesmente descartamos antes de absorvê-la?

Sou Beatriz Aoki, estudante da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) desde 2018. Começo dizendo que dentre as diversas contribuições acadêmicas e sociais que a Unicamp trouxe para a minha vida, hoje é muito maior o valor que dou à sociedade como grande parceira de vida. E, quando digo isso, me refiro a todos os setores que a compõem.  

Logo que iniciei o curso, conheci o Grupo de Extensão Social e Tecnológica (GESTo)  da FEA, do qual comecei a fazer parte em 2019. A extensão social e tecnológica chegou até mim como algo totalmente novo, pois não imaginava que havia um grupo de pessoas que se preocupava em compartilhar seus aprendizados com pessoas em estado de vulnerabilidade, que não retribuiriam com pagamentos, mas, sim, dentre muitas outras coisa, com algo muito melhor – o conhecimento vivido e colocado à prova.

Foi a partir deste grupo que conheci o Programa Interdisciplinar de Extensão Comunitária Olhos no Futuro que, mais uma vez, por inteiro, trazia a proposta de união entre Universidade, Escola e Sociedade. E, neste vínculo, descobri que grande e importante é o papel da Engenharia de Alimentos: minha futura profissão possui e deve possuir impacto na sociedade, e um impacto positivo.

Assim, dentro do programa Olhos no Futuro, faço parte do subprojeto Desembalando. O objetivo é aprofundar os conhecimentos sobre os alimentos, que começa pela embalagem, mas não se limita a ela.

A alimentação é essencial a todo indivíduo e, por causa disso, muitas vezes, as escolhas alimentares acabam sendo bombardeadas de informações sem base ou adentram no automático e no senso comum, jogando para escanteio informações importantes que poderiam resultar em uma alimentação mais consciente e cheia de conhecimento. A abordagem deste assunto em escolas tem grande importância e, também, eficácia para a disseminação de um tipo de conhecimento essencial, o confiável.

Você já parou para reparar na importância dos rótulos e na quantidade de informação que simplesmente descartamos antes de absorvê-la? Cada escrito ali colocado traz um conhecimento. A porta de entrada para os alimentos é sua rotulagem. E, quando a atravessamos, descobrimos um mundo novo.

É esse mundo que gostaríamos de apresentar aos jovens e adolescentes; um mundo que também leva à universidade.       

Por meio do contato com os alunos, é possível mostrar como o processamento de alimentos está presente no dia a dia de cada um, pois preparar uma geleia resulta em um ótimo doce, mas também em um produto com maior “vida de prateleira” do que a fruta por si. Conseguir pensar no que se passa dentro de uma indústria parece distante e inacessível, mas o que fazemos em nossas casas pode ser bem parecido.

O mais importante, contudo, é ser possível estimular o pensamento crítico dos alunos diante das constantes informações lançadas sobre os alimentos. Afinal, esses jovens e adolescentes são os agentes de transformação de suas famílias, da sociedade em que vivem e do futuro que terão.

Dessa forma, tenho como anseio o constante trabalho e manutenção do vínculo da Engenharia de Alimentos com a Sociedade. Fazer parte deste subprojeto, além de permitir que me desenvolva cientifica e academicamente, também possibilita meu desenvolvimento como parte da população que recebe, transmite e gera conhecimento.

Beatriz Aoki | bolsista de iniciação científica – subprojeto Desembalando, do Programa Interdisciplinar de Extensão Comunitária Olhos no Futuro.
Giovana Sanches| Campus Sustentável – texto imagético.