Aula inaugural de disciplina da FEEC recebe presidente da Abesco

Print da apresentação do presidente da Abesco, na Aula Inaugural

Aula inaugural de disciplina da FEEC recebe presidente da Abesco

Estudantes do Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Engenharia Elétrica e Computação (FEEC/Unicamp) estiveram com Frederico Araújo, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco), durante aula inaugural da disciplina Gestão de Energia e Eficiência Energética, na última segunda-feira, 28.

Virtualmente, o evento contou ainda com colaborações de Felipe Zaia, gerente de Eficiência Energética da CPFL Energia, José Diniz, diretor da FECC/Unicamp, e Luiz Carlos Pereira, professor da disciplina e coordenador do Campus Sustentável. A palestra tratou do potencial do mercado de Eficiência Energética brasileiro.

Estiveram presentes cerca de 300 estudantes regulares e especiais, pelo menos, de quatro disciplinas da pós-graduação e graduação.  O presidente da Abesco ressaltou a importância da educação para a popularização da cultura da eficiência energética no mundo. Segundo ele, diálogos assim contribuem com o nível de conhecimento dos estudantes e profissionais da área.

Ao encontro do que disse Frederico Araújo, a pós-doutoranda da FEEC/Unicamp e coordenadora do Programa de Extensão Comunitária Olhos no Futuro, Danúsia Arantes reforça o momento como oportuno principalmente para que os estudantes compreendam como projetos de eficiência energética têm sido tratados pelas empresas de engenharia especializadas na promoção da eficiência energética, conhecidas por ESCOs.

Luiz Carlos pondera que muitos dos trabalhos desenvolvidos na Unicamp, pela mediação do Campus Sustentável, são possíveis devido à interação com empresas ESCOs. “Interagimos com várias associadas (a Abesco), como a Vitális Energia Eficiente, Microblau Controles e Automoção, CPFL Energia, e pretendemos aumentar essas parcerias”. A ideia é junto a Abesco criar programas de formação, capacitação e captação de recursos para investimentos na Instituição.

Esse modelo de relação alinha questões em torno das ações e da propagação dos seus benefícios, gerando hábitos que reforçam a cultura da eficiência energética no Brasil, como explica Frederico Araújo.

“Deveríamos ter aprendido com nossos erros do passado. O apagão que o país sofreu, com o racionamento, deveria ter sido um sinal para a mudança da cultura, mas todos os dados comprovam que o efeito não foi de longo prazo. Por isso, a educação contínua, formal ou informal, em todas as esferas da sociedade, é fundamental para se estabelecer a cultura da eficiência energética em nosso país”, exemplifica o presidente.

Lei 9991/2000 e MP998/2020

A Lei 9991/2000 criou os Programas de Eficiência Energética (PEE ANEEL) e o Pesquisa e Desenvolvimento (P&D ANEEL), direcionando um por cento do Resultado Operacional Líquido (ROL) das distribuidoras de Energia Elétrica para o investimento nesses programas. No aniversário de 20 anos de criação, os Programas do mercado brasileiro de eficiência e inovação foram surpreendidos pela Medida Provisória 998/2020.

Segundo o presidente da Abesco, essa MP [998/2020] retira de forma mandatória e imprevisível, tendo em vista a sua vigência em setembro deste ano, recursos importantes do PEE e P&D e coloca em risco os ganhos alcançados pela Lei 9991/2000 e toda a cadeia de inovação e eficiência no Brasil.

“Isso coloca em risco os empregos em toda a cadeia produtiva de eficiência energética, estimada em cerca de 482 mil empregos diretos, indiretos e induzidos em 2020. Em um momento de grande impacto nos empregos, o governo toma medidas, além de inseguras juridicamente, que vão na contramão da retomada econômica no país”, pontua.

Para ele, não incentivar a eficiência é o mesmo que manter o país sem competitividade no cenário mundial e a cultura da atual ineficiência energética experimentada pelo Brasil há décadas.

“Evoluímos muito com o programa de eficiência, mas ainda precisamos da continuidade dos investimentos para desenvolver um setor forte no País. Os ganhos com o desenvolvimento do mercado nos últimos 20 anos podem ser perdidos em dois anos, caso o governo continue com a proposta da MP 998/2020”, finaliza Frederico Araújo.

Relembre alguns apagões mais recentes no Brasil – acesse o conteúdo clicando aqui, na página da Fundação Joaquin Nabuco.

Inácio de Paula | Campus Sustentável – texto escrito e imagético