21.07.2020 “Não vejo a hora de estar no posto de saúde, levantando a manguinha da camisa para tomar a vacina da COVID 19”
No começo da quarentena foi difícil lidar com a mudança no ambiente de trabalho. No laboratório é mais confortável e o computador desktop que utilizo lá é mais rápido do que meu notebook pessoal, usado em casa. Felizmente, o contexto que vivemos não comprometeu às etapas da pesquisa que realizo, no meu caso, não houve mudanças.
Na minha área, a pesquisa é basicamente dividida em quatro etapas: elaboração de referencial bibliográfico, realização de simulações, realização de experimentos e escrita/publicação. Como estou no fim do primeiro ano de doutorado, até pouco tempo atrás ainda estava fazendo disciplinas e terminando os processos de submissão dos artigos do mestrado.
Quando a quarentena começou, eu começava a pesquisa bibliográfica, portanto, não houve a necessidade de frequentar o laboratório. Por enquanto, continuo na elaboração do referencial bibliográfico e da realização de algumas simulações, o que não requer que eu frequente o laboratório — quando o meu provedor de internet não me deixa na mão, é claro.
Mas o que mais sinto falta, certamente é a convivência com os amigos do laboratório. Almoçar juntos, e, principalmente, o intervalo para o café da tarde, cujas conversas muitas vezes me ajudaram ou deram ideia para solucionar algum problema na pesquisa. Para substituir isso, regularmente tenho feito reuniões por vídeo chamadas com alguns colegas.
Quotidianamente, depois que acordo, o jeito é tomar café da manhã e um bom banho. Feito isso, me dedico ao trabalho, sabendo que preciso reservar um tempo para cozinhar e almoçar. Logo depois, retomo as atividades do trabalho. Quando me dou conta já é noite e, então, janto e, depois, faço algo para relaxar.
Como ninguém é de ferro, medito e curto fazer bolo, assisto série ou leio um livro. Se por um lado a quarentena está sendo boa por me permitir aproveitar o tempo sem sair pra ler tudo o que eu quero, por outro, é ruim porque sinto falta, por exemplo, da academia. Não tenho paciência para me exercitar dentro de casa (risos). Tento, ao máximo, ter uma vida produtiva e equilibrada durante esse tempo de isolamento.
Mas, ultimamente, estou tendo muitas dificuldades na parte do equilíbrio, pois estou muito atarefada. Acabo sendo muito produtiva, fico acelerada para cumprir os prazos, e como estou sozinha em casa sem ver ninguém, acabo ficando ansiosa, além de cansada. Não vejo a hora de estar no posto de saúde levantando a manguinha da camisa para tomar a vacina da COVID 19, e finalmente poder voltar à rotina normal.
Saiba sobre a pesquisadora Karen Melo, o que ela estuda, acessando aqui.
Karen de Melo | doutoranda em Engenharia Elétrica (Unicamp)| Campus Sustentável
Giovana Sanches | Campus Sustentável – texto imagético