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Unicamp apresenta modelo de gestão sustentável e eficiência energética - Campus Sustentável
 

Unicamp apresenta modelo de gestão sustentável e eficiência energética

Unicamp apresenta modelo de gestão sustentável e eficiência energética

A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) é a quarta faculdade mais sustentável do Brasil, de acordo com o GreenMetric Ranking. Em 2003, a instituição criou o Grupo Gestor de Resíduos da Universidade (GGRU), composto por profissionais atuantes em diferentes unidades e órgãos, a fim de garantir a destinação adequada tanto do resíduo urbano quanto do resíduo perigoso gerado na universidade.

Com o passar do tempo, o compromisso com a adoção de ações e programas  sustentáveis foi ganhando amplitude, até ser consolidado com a criação do Grupo Gestor Universidade Sustentável (GGUS) em 2015. A finalidade do programa é planejar, desenvolver, viabilizar e gerenciar iniciativas voltadas à construção de uma universidade sustentável sob o ponto de vista socioambiental.

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(Foto: Antonio Scarpinetti)

“O GGUS proporcionou um salto nas atividades da Unicamp, ao passar a tratar a sustentabilidade de uma forma transversal e multidisciplinar. O compromisso da instituição foi firmado não somente em âmbito interno, mas também externo, pois desde 2015 é signatária da “Carta Campus Sustentável”, formulada pela International Sustainable Campus Network (ISCN)”, afirma o ex-coordenador geral da Unicamp Alvaro Crósta.

A ISCN, que reúne algumas das melhores universidades do mundo, entende que as instituições de ensino e pesquisa exercem papel único no desenvolvimento de tecnologias, estratégias, cidadãos e líderes necessários para um futuro mais sustentável. No Brasil, além da Unicamp, apenas a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) integram a instituição.

Luz, câmera, redução

A Unicamp é uma grande consumidora de energia elétrica, por conta de sua dimensão e da complexidade das suas atividades. Diante da necessidade de ampliar a conservação de energia, a instituição tem adotado uma série de medidas com esse objetivo. Uma ação prática foi a substituição, em 2016, de mais de mil lâmpadas fluorescentes pelas de LED na Biblioteca Central Cesar Lattes (BC-CL).

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Biblioteca da Unicamp com as lâmpadas de LED instaladas (Foto: Antonio Scarpinetti)

O projeto Campus Sustentável é o principal responsável pelas atividades socioambientais dentro da universidade. A partir dele, outra medida que está sendo adotada é a circulação de um ônibus elétrico na Unicamp. Segundo o coordenador do projeto Madson Cortes, o transporte interno no campus de Barão Geraldo é servido por uma frota de seis ônibus à diesel, cinco circulando durante o dia e um circulando no período da noite. Esses ônibus percorrem pouco mais de 21.000 km por mês, resultando na liberação de mais de 20.000 kg de gás carbono (CO2).

“Como no nosso projeto usamos plantas fotovoltaicas para gerar a energia consumida pelo ônibus, conseguimos evitar tais emissões no campus. De forma geral, no Brasil, a matriz energética é limpa, e tais benefícios podem ser generalizados. Este é o benefício mais óbvio e mais direto”, explica o coordenador.

Ainda no âmbito da mobilidade elétrica, o Instituto de Geociências (IGE), da Unicamp, conta com o Laboratório de Estudos do Veículo Elétrico (LEVE), que tem como objetivo realizar pesquisas e estudos na área da indústria automobilística, com foco nas tecnologias de propulsão veicular baseadas no baixo carbono, das quais se destacam os veículos elétricos, híbridos e dedicados às energias renováveis.

O grupo busca também realizar uma reflexão crítica acerca do papel que o Brasil pode desempenhar nesse contexto. De acordo com Flávia Consoni, coordenadora do LEVE, “em termos globais, a eletromobilidade tem sido uma tendência cada vez mais presente, que traz resposta a uma demanda de vários países sobre a redução das emissões. Há também a questão ambiental, em específico das mudanças climáticas, que está pressionando para uma transição nos modais de transporte que sejam de baixa ou zero emissão”, explica.

Flávia ainda acrescenta que a eletromobilidade não será alcançada, em parte alguma, se não for combinada com políticas públicas de estímulo, as quais podem ser direcionadas para adensar as atividades de pesquisa e desenvolvimento; a produção desses veículos; a interface com a rede elétrica e a promoção de ações que estimulem o consumo dos automóveis.

“Os veículos elétricos são ainda muito caros na comparação com os veículos a combustão interna. Os países que hoje lideram a produção, pesquisa e consumo desse tipo de veículo estão já há várias décadas investindo e promovendo políticas públicas nesse tema. Além de haver a questão da regulação, que precisa ser pensada”, finaliza a coordenadora.

Laboratório vivo

(Foto: Reprodução/ Campus Sustentável Unicamp)
Campus Sustentável Unicamp - REVISTA QUERO

Um ponto fundamental das ações e programas relacionados à construção de uma universidade sustentável é o envolvimento das pessoas com os compromissos assumidos. Na Unicamp, uma ação que tem sido importante nesse aspecto é a Semana do Meio Ambiente. Em seu início, nos idos dos anos 2000, o evento era voltado especialmente às crianças atendidas pelas escolas e creches mantidas pela instituição.

A partir de 2010, a Semana ganhou corpo e passou a envolver outros segmentos da comunidade universitária, além de estabelecer parceria com a Prefeitura de Campinas, que também realiza evento semelhante.

Graças a esse envolvimento e às contribuições oferecidas por diferentes atores, uma Carta de Intenções foi elaborada coletivamente, estabelecendo metas a serem alcançadas em cinco, dez e 15 anos. O documento foi encapsulado, para ser aberto somente em 2024. Na carta, a comunidade universitária registrou suas expectativas quanto à Unicamp que espera ver no futuro.

(Foto: Antonio Scarpinetti)
unicamp sustentabilidade - REVISTA QUERO
Revitalização do horto de plantas medicinais fez parte da Semana do Meio Ambiente

O compromisso com a construção de uma universidade sustentável também está baseado em outras manifestações, como as de caráter artístico e cultural, sempre presentes na programação da Semana do Meio Ambiente. Ao longo das edições do evento foram realizadas, ainda, atividades como Biodanza e o Espaço Mandala, em parceria com a Divisão de Meio Ambiente da Prefeitura Universitária.

O Jardim Sensorial, projeto conduzido pelo funcionário Sebastião Martins Vital, conhecido na universidade como “jardineiro poeta”, tem servido às ações de educação ambiental, notadamente das crianças atendidas pelas creches mantidas pela Unicamp.

Outro exemplo de envolvimento com as questões da sustentabilidade vem do Portal Crisálida (Crises Socioambientais. Labor Interdisciplinar Debate & Atualização), que nasceu de conversas entre docentes da Unicamp, preocupados com o curso das crises socioambientais.

(Foto: Antonio Scarpinetti)
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Crianças plantam mudas no campus da Unicamp

Instituído em 2015, o Crisálida é um espaço destinado ao debate sobre as ameaças que confrontamos, em especial a aceleração das mudanças climáticas e a degradação da biosfera.

O projeto pretende dialogar com o público em geral e está aberto à contribuição de todos os interessados, estejam eles dentro ou fora da universidade. A participação pode se dar somente por meio da leitura das publicações ou por meio do envio de conteúdos relevantes, propostas de temas para debate, resenhas de livros, etc.

A ideia é estimular a informação e o debate. O Crisálida depende do grau de comprometimento da comunidade interna e externa. Mais sobre o projeto pode ser encontrado no seu portal.

Confira a reportagem completa em: https://querobolsa.com.br/revista/destaque-em-ranking-unicamp-apresenta-modelo-de-gestao-sustentavel-e-eficiencia-energetica